Mercado em Foco: Análises e Tendências

 A partir de agora, manterei atualizado o meu blog – portanto, toda segunda-feira você poderá acompanhar as tendências do mercado aqui comigo, embora eu tenho iniciado em uma terça-feira, devido alguns contratempos (risos). 


E, falando de mercado, a inflação medida pelo IPCA registrada em julho de 2024 foi de 0,38%, com o acumulado nos últimos doze meses (de agosto de 2023 a julho de 2024) em 4,50%, ou seja, exatamente no limite superior da banda permitida pelo Comitê de Política Monetária do Banco Central. A meta de inflação para 2024 é 3%, com variação de -1,5% a +1,5%, ficando entre 1,5% e 4,5% para o ano.

Entretanto, estamos no limite superior da banda, isto é, a inflação está pressionando muito esse limite, o que pode reverter a tendência de queda da SELIC para esse segundo semestre. Isso seria ruim para o mercado imobiliário, especialmente o de lançamentos, que vive um bom momento, já que os financiamentos têm se realizado com taxas de juros consideráveis e, de certa maneira, mais atrativas que as de anos anteriores, quando a SELIC estava acima de 13% ao ano. Os contratos de financiamento imobiliário tendem a “ficar mais caros” devido à SELIC mais elevada.

Além disso, a inflação tende a afetar o poder de compra, já que os preços dos bens e serviços tendem a aumentar mais rapidamente do que os salários.

Esse possível aumento da SELIC sinaliza ao mercado um possível encarecimento do crédito, desestimulando o consumo e o investimento, o que pode desacelerar a economia. Por isso, fatores como o aumento dos preços dos alimentos, custos de energia, a recuperação da demanda interna pós-pandemia, preços administrados, preços das commodities e os atuais conflitos geopolíticos vêm sendo observados de perto, pois além de pressionarem a inflação, causam incertezas quanto ao rumo da economia para 2025.

Mesmo diante de um cenário de incertezas como o que vivemos no presente, ainda assim, segundo aponta o Boletim Focus do Banco Central, a estimativa de inflação para o ano de 2024 é de 4,20%, abaixo da banda superior da meta, mas ainda muito próxima, o que muda a expectativa para a inflação de 2025. A tendência da SELIC, segundo especialistas, é finalizar 2024 em 10,50% ao ano, enquanto alguns economistas, como eu, apostam em algo em torno de 10,75% a 11% a.a.

O certo é que o crescimento econômico será pequeno, com o PIB crescendo em torno de 1,75% e a taxa de câmbio em torno de R$ 5,30, com a balança comercial encerrando com superávit.
Por essas previsões, há uma forte indicação de um cenário de cautela, com o Banco Central direcionando seus esforços em um controle maior da inflação em 2025 – o que sinaliza um crescimento econômico modesto tanto para 2024 quanto para 2025.

O INCC

Na mesma linha, o INCC de 2024 vem em tendência de alta, por conta do aumento nos custos dos insumos da construção civil, visto que o ano registrou uma boa demanda para os imóveis em lançamento – incentivando as construtoras a lançarem mais imóveis no ano. Essa demanda se deu por conta das reduções, mesmo que modestas, nas taxas de financiamento que promoveram mais clientes ao financiamento imobiliário e o consequente aumento dos custos da construção, além das condições econômicas do país já apresentadas.

Em jan/2024, o INCC estava em 0,27% contra o de julho, que era de 0,72% – registrando acúmulo no ano de 3,54% e 4,67% nos últimos doze meses, considerando o INCC-DI de jul/2024. Comparado ao acumulado em 2023, que foi de 3,49%, levando em conta que ainda estamos em agosto, o acumulado em 2024 confirma essa tendência de alta.

TR

A TR de 2024 está relativamente baixa e estável. Até agosto de 2024, a TR acumulada no ano é de 0,50%. A tendência é que a TR continue a ser influenciada pela política monetária do Banco Central, que mantém a taxa SELIC controlada devido à inflação. Por outro lado, o acumulado em 2024 está abaixo do acumulado em 2023, que foi de 1,76% contra 1,5% de hoje.

Comentários

Qual a sua dúvida?

Consulte o seu IPTU