Projeções: PIB e Inflação 2024 em alta; SELIC 2025 sobe. O que isso implica para a economia?
Mais uma semana de oportunidades e
desafios no horizonte. Vamos direto ao ponto e abordar as atualizações no
mercado imobiliário e na economia brasileira.
De acordo com o mais recente Boletim Focus do Banco Central (BACEN), divulgado em 19 de agosto de 2024, os analistas do mercado financeiro elevaram pela quinta vez consecutiva a projeção do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para 2024, de 4,20% para 4,22% ao ano, aproximando-se do teto da meta estipulada pelo BACEN. Em contraste, a previsão para 2025 recuou de 3,97% para 3,91%, enquanto a de 2026 permanece estável em 3,60%.
O Produto Interno Bruto (PIB) projetado para 2024 foi revisto para cima, de 2,20% para 2,23%, sugerindo uma leve aceleração econômica. No entanto, para 2025, a previsão foi reduzida de 1,92% para 1,89%, sinalizando um ritmo mais lento de crescimento. A projeção para 2026 continua estável em 2,0%.
A taxa básica de juros (Selic) para 2024 está prevista em 10,50%, com uma elevação esperada para 2025, de 9,75% para 10,0%. Para 2026 e 2027, a taxa está mantida em 9,0%.
Apesar da ligeira alta no IPCA projetado para 2024, a expectativa de queda para 2025 é animadora, pois aproxima-se da meta de 3% estabelecida pelo BACEN. No entanto, é crucial manter um controle rigoroso sobre o índice inflacionário já em 2024, o que pode exigir a manutenção da Selic em 10,50% ao ano ou até mesmo uma elevação para 10,75% ou 11% ao ano até dezembro – se o Governo Federal ainda pretende manter, o que é o caso, a estabilidade econômica nos próximos anos.
Outro aspecto relevante é a variação do IPCA relacionado aos preços administrados pelo governo, que subiu de 4,75% para 4,77% em 2024, enquanto permanece estável em 3,90% para 2025. Essa pressão inflacionária, especialmente nos preços administrados, eleva a expectativa de que a inflação em 2024 possa superar o teto da banda de 4,50% ao ano estipulado pelo BACEN.
Contribuindo para este cenário, a recuperação da demanda interna impulsionada pelo aumento do consumo das famílias, juntamente com investimentos em infraestrutura e exportações de commodities, tem alimentado a expansão do PIB em 2024. No entanto, essa dinâmica positiva não se estende para 2025, com previsões de crescimento econômico abaixo do esperado, em torno de 1,89%.
As projeções para a balança comercial brasileira em 2024 permanecem estáveis em US$ 82,44 bilhões, enquanto para 2025, a expectativa foi revisada para cima, de US$ 77,15 bilhões para US$ 78,50 bilhões. Em 2026, a projeção continua em US$ 80,0 bilhões.
A dívida líquida do setor público para 2024 foi revisada para baixo, de 63,70% para 63,65% do PIB, mantendo-se em 66,20% para 2025 e com uma ligeira elevação prevista para 2026, de 68,55% para 68,63%. Esse resultado demonstra uma relativa alta entre 2024 e 2026, ainda que dentro de uma estabilidade no endividamento público. No entanto, essa tendência é relativamente negativa no que tange à política de redução dos gastos gerais, indicando que pode haver necessidade de um aperto fiscal maior nos próximos meses.
A inflação está se aproximando do teto da meta estabelecida pelo BACEN, o que sugere uma possível manutenção da Selic em 10,50% ao ano em 2024, sem perspectivas imediatas de redução. A meta do governo para o próximo ano é manter a inflação controlada em torno de 3,0% ao ano.
E uma inflação acima do teto da meta pode indicar dificuldades no controle da inflação interna, afetando negativamente a confiança dos investidores. Para o mercado imobiliário, esse cenário inflacionário pode elevar o Índice Nacional do Custo da Construção (INCC), aumentando os preços dos imóveis em lançamento. Além disso, a possibilidade de elevação da Selic para conter a inflação pode encarecer o crédito imobiliário, dificultando tanto o lançamento de novos projetos quanto a venda de imóveis prontos e de terceiros, que dependem majoritariamente do financiamento imobiliário.
Diante desse cenário econômico desafiador, é essencial que investidores e consumidores se mantenham atentos às mudanças nas projeções econômicas e ajustem suas estratégias conforme necessário. A estabilidade econômica e o controle da inflação são fundamentais para garantir um ambiente favorável ao crescimento sustentável. Portanto, a colaboração entre o governo, o setor privado e a sociedade civil serão cruciais para navegar pelas incertezas e aproveitar as oportunidades que surgirem. Com planejamento cuidadoso e decisões informadas, é possível transformar desafios em trampolins para um futuro mais próspero e equilibrado.
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